segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A garrafa de ontem é a roupa de amanhã!


Tão resistentes quanto o algodão, o tecido de garrafa pet já está no guarda-roupa de muita gente antenada em reciclagem e novos meios de renovação do que é consumido.
Algumas marcas já estão investindo nessa nova alternativa e assinando embaixo quanto à qualidade. De Porto Alegre, a marca Budha Khe Rhi foi uma das pioneiras a adotar essa idéia fundando o projeto Eco-Budha, que possui uma linha de camisetas feitas com tecido de bambu e garrafa pet. O toque do tecido é bem mais leve e macio do que o algodão e as cores são bem diferentes, em tons de algodão feito em lavagem stone, ou seja, com aparência desgastada.
Vestido Eco-Budha feito com tecido de PET
O estilista Mario Queiroz, um dos mais cultuados em São Paulo, também já trabalhou com este tipo de tecido e lembra que “quando se busca um novo desenvolvimento têxtil, seja ele qual for, a questão do conforto e de um bom toque é uma das exigências”. Queiroz ressalta, que, mesmo se o produto apresentasse qualquer desvantagem, isso seria menor diante da possibilidade de reciclar e fazer moda ao mesmo tempo.
Além de diminuir o uso de algodão e, consequentemente, de árvores derrubadas, o que era lixo se transforma em roupa sem muitas tecnologias e processos. São basicamente 3 etapas que fazem a garrafa do seu refrigerante se transformar na camiseta que você vai usar amanhã.
A primeira é quando os catadores separam as garrafas por cores, retiram as tampas e rótulos, lavam e a embalagem passa por um processo de secagem. Então o PET é moído e reduzido a pequenos pedaços.
Na segunda fase, é feita a fusão a uma temperatura de 300 graus, a filtragem e a retirada de impurezas. Na fábrica onde é feita a fibra, repete-se o processo de fusão a 300 graus e o material é passado por equipamentos que o separam em filamentos. O resultado é uma fibra cerca de 20% mais fina que o algodão.
A terceira e última fase é a da estiragem, quando a fibra é transformada em fio. As fibras feitas a partir da garrafa PET reciclada podem ser usadas sozinhas ou associadas a outro tecido, como a seda ou o algodão.
Além do Mario Queiroz e da Budha Khe Rhi, diversas marcas já aderiram ao Programa Carência Zero, onde moradores de diversas comunidades carentes transformam garrafas em tecido. Para a confecção de uma camiseta são utilizadas duas embalagens PET, há uma estimativa de absorção de 800 mil garrafas. Calcula-se que cerca de 200 mil famílias estejam vivendo da captação de recicláveis. O Brasil já recicla 35% de todo material produzido a partir da resina do PET. Desta forma, a possibilidade de geração de empregos com a reciclagem torna-se muito maior a partir deste projeto.
Confira mais no site do projeto Programa Carência Zero

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